Quando estamos sob "pressão" ministerial e espiritual

Olá pessoal! Como diria o Matuto: "Ói nóis aqui traveiz".
Minha proposta hoje exposta aqui neste artigo é compartilhar com vocês um pouco do momento que estou vivendo e procurando aprender com o mestre dos mestres; Jesus.

Vem comigo para o Cenário do enredo...
36. Então Jesus foi com seus discípulos para um lugar chamado Getsêmani e disse-lhes: "Sentem-se aqui enquanto vou ali orar". 37. Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.  38. Disse-lhes então: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo". 39. Indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres". 40. Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. "Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora? ", perguntou ele a Pedro.41. "Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca". 42. E retirou-se outra vez para orar: "Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade". 43. Quando voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados. 44. Então os deixou novamente e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. 45. Depois voltou aos discípulos e lhes disse: "Vocês ainda dormem e descansam? Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos de pecadores. 46. Levantem-se e vamos! Aí vem aquele que me trai!" Mateus 26.36-46. NVI

JESUS E O DESGASTE EMOCIONAL
O pastor Jesus chegou ao final do seu ministério, depois de três anos abençoadissismo  e ininterruptos. Neste momento o filho de Deus se sente só, com um grande peso que o sufoca e o entristece, a ponto de sentir a sua alma angustiada, que o projetou a fina linha da morte.
Na minha perspectiva que com certeza pode ser diferente da sua, Jesus sentia falta neste momento de apoio integral dos discípulos, pois os mesmos não compreendiam a intensidade da sua dor. Ele não apenas sentia-se só, mas também  sem ter com quem compartilhar o motivo da sua angustia.
Das coisas que Jesus sentia falta que listei acima qual delas você sente falta no momento?
Em nenhum momento dos evangelhos a humanidade de Jesus foi tão bem descrita como na experiência do Getsêmani. O terror da morte iminente abateu-se sobre ele sem dó e sem piedade. Ele mesmo dissera que estava numa “tristeza mortal” (v. 38).  Mas o que significa humanamente falando, estar “numa tristeza mortal”? ...
Posso vê-lo a cambalear pelo Getsemani, ocasionalmente tropeçando e caindo, pensamentos iam e voltavam para desafiar a sua resolução. Que sentimentos eram estes que o faziam sofrer tanto? Talvez você nunca tenha pensado nisto mas fato é que eles eram tão intensos que o evangelista Lucas no capitulo 22 de seu evangelho nos diz que seu sangue pingava com o suor dos seus poros. Por que ele deveria sofrer em favor da humanidade? Ele não seria menos santo e nem menos justo se permitisse que a raça de homens afetados pelo pecado sofresse a justa conseqüência da sua própria rebelião.
Amigo nada obrigaria Jesus a completar sua missão; nada a não ser o seu amor pelas pessoas e pela obediência ao Pai. "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres". Estas foram às palavras que expressaram sua agonia. Ele queria se submeter à vontade de seu Pai, mas a luta era intensa, pois embora soubesse ser necessário trilhar o caminho da cruz seu coração, dizia não. A razão e o coração diziam coisas diferentes e ele não se submeteria  a vontade do Pai antes que a tentação o atacasse outras vezes. Ele teria que reafirmar aquilo que sua mente dizia nada  menos que em três momentos distintos. Cada tentação foi enfrentada coma a mesma resolução: “...Não seja como eu quero, mas sim como tu queres".
Você já passou por algo semelhante amigo? Travar a luta entre o querer e o  dever? E o pior não poder abrir totalmente o jogo com os “amigos”? è claro que estes meus questionamentos nem de longe se comparam com os motivos da  guerra que Jesus travara, mas também não estou preocupado aqui em estar teologicamente correto, estou apenas discorrendo sobre sentimentos e ideias. (espero que você entenda isto!)
Mas vamos seguir em frente. Veja que apesar deste momento de tristeza mortal, Jesus ainda assim se preocupou com os seus discípulos:
· Abrindo-lhes o coração e mostrando-lhes o modelo: “sozinho não dá”.
· Vigiem”... fiquem comigo! Isto no futuro iria lhes valer a vida.
· Preocupou-se com o futuro deles: “Para que não caiam em tentação”.
· Não romantizou, mas mostrou-lhes a realidade do momento: “Minha hora é chegada”.  
No versículo 38, Jesus pede: “Vigiem comigo”, e  no versículo 41 ele diz: “vigiem e orem”. Por que Jesus acrescenta o “orem”? Bem a meu ver isto tem conotação de cuidado. “Preocupem-se com vocês mesmos”. Tem uma conotação de batalha espiritual. Mas não vou me estender muito aqui senão isto vira uma monografia e esta não é minha intenção.
Afinal, o que Jesus nos ensina com a experiência do Getsêmani? Não sei quanto a você, mas tenho aprendido pelo menos 6 coisas (ainda que na teoria).
·         Que devemos enfrentar a dor de frente.
·         Que assim como Ele, todos nós temos limites (3 vezes).
·         Ele também quis tomar um atalho: “se possível...”.
·         A lançar diante de Deus com sinceridade, sem hipocrisias, sem falsa espiritualidade, nossas angustias e medos.
·         Que precisamos e podemos abrir de fato o coração ao Pai.
·         Que até mesmo os íntimos, os chegados,  podem falhar na hora em que mais precisamos.
E você o que pode aprender com esta experiência do Getsemani?

O DESGASTE MINISTERIAL
No Getsêmani Jesus estava aflito, pouco a vontade e desconfortável. No ministério como Ele, também devemos estar nos preparando para conviver com esta dura realidade. Pois, inevitavelmente, estaremos sujeitos a sentirmo-nos só em vários momentos da vida. O ministério e especialmente o ministério pastoral é combate, é guerra. É luta sem trégua e sem acordos e conchavos. O lema do soldado de Cristo nesta guerra é um só: vencer ou vencer. Pois temos que acabar a carreira. E acabar a carreira requer alto sacrifício de lutar e vigiar em todo tempo, com seriedade, ética e temor. Portanto, não adianta somente iniciar bem. É preciso continuar progressivamente bem e terminar bem... Tudo isto amigo, produz inevitáveis sofrimentos.
Em suma, podemos dizer que o desgaste ministerial consiste num estado de espírito, de desanimo, e perda de motivação para continuar a missão. Este estado pode ser chamado, também, de esgotamento, que é a exaustão causada por excessivas de mandas de energias, forças e recursos.
Talvez você não exerça um ministério pastoral, mas de alguma forma também se sente como se estivesse se esvaindo de você uma ultima gota de força, de animo. Está tudo tão difícil!, Tão duro!, Tão cruel!, Tão pesado! Se assim for seu caso amigo você pode compartilhar comigo no espaço comentário deste blog que juntos levaremos a Deus as nossas Dores.

Três perguntas para serem respondidas apenas para você mesmo e/ou se desejar pode compartilhar comigo:
 1. Quais são as causas básicas do seu desgaste emocional ou ministerial?
 2. Você está tendo que lidar, no momento, com alguma destas causas do desgaste emocional ou ministerial?
 3. Já analisou quais seriam alguns passos a serem dados para superar este problema?

4 comentários:

  1. Vi o seu blog por acaso eu não o conhecia e parece que esta postagem foi realmente para mim que Deus continue te abençoando. Me senti mais humano. Prefiro não me identificar. Quero que me chame apenas de pastor evangélico. As razões para não me declarar são muitas. Talvez a principal delas seja minha necessidade de desabafar, abrir o meu coração. Ando em profunda crise... Reconheço que há forças cobrando de mim um desempenho sobre-humano... Não entendo por que me dou tanto e continuo tão arrasado...

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  2. Muito interessante seu artigo. ja li varias vezes este texto de Mateus e nunca tinha parado para pensar no sofrimento de Jesus dessa forma. Parabens pelo artigo.

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  3. Centenas de lideres estão caindo pelo desgaste e pela pressão que sofrem, não sou pastor mas, sei muito bem o que é sofrer pelo evangelho. Deus nos de força para continuar o bom combate nestes dias difíceis.

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    1. Obrigado Jorge pelo seu comentário. De fato muitos tem caído no campo de batalhas. Temos ouvido nos últimos anos noticias de que pastores estão cometendo suicídio. Nossa oração é para que aqueles que exercem ministério pastoral entendam que não podem levar carga sozinhos e que não devem esconder sua humanidade. Isto vale para todos que sofrem. Um abraço e que Deus os abençoe.

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